(ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=H7pRnQ3-zJM)
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Percepção da Realidade
Percepção
A imagem que a percepção nos fornece do mundo não é uma reprodução exata do mundo exterior na sua realidade física.
Perante a multiplicidade de estímulos, o ser humano não é um receptor passivo. O ser humano seleciona e discrimina os estímulos de tal modo que os mesmos estímulos podem ser interpretados de diferentes modos, por diferentes sujeitos.
A percepção do mundo exterior é algo que se vai construindo através do processo de comunicação interpessoal, apesar de se tratar de um processo interno. Ela desenvolve-se em função do contexto sociocultural em que se vive.
É através dos sentidos que captamos a realidade envolvente.
O comportamento de cada um forma-se em função da imagem que adquire do mundo, em função da experiência, das pessoas e das coisas percepcionadas, em suma, em função da percepção que se faz da realidade.
O mundo dos objetos não nos entra tal qual, consciência adentro, pela porta dos sentidos. As mensagens destes precisam ser processados, interpretadas.
A sobrevivência e adaptação dos indivíduos realiza-se na medida em que entre eles e o seu meio se estabelece um equilíbrio, cuja regulação passa necessariamente pela captação de informação.
As nossas percepções são influenciadas por uma série de fatores relativos à personalidade do sujeito, motivações e interesses, atitudes e expectativas, experiência anterior e hábitos culturais.
Percepção da realidade |
|
Representação da realidade |
|
|
|
|
|||
|
|
|
|
|
|
|
Sistema sensorial: |
|
|
|
|
- sinestésico |
|
|
|
|
- auditivo |
|
|
|
|
- visual |
|
|
BOATO
«Boatos: o meio de comunicação mais velho do Mundo»
Jean Nöel Kapfner, Publicações Europa América
O boato é um fenômeno que se manifesta particularmente em situações de crise ou de falta de informação.
À partida, o processo de formação de um boato ocorre involuntariamente. O boato origina-se nas primeiras trocas de comunicação entre indivíduos. A comunicação estabiliza-se na 6ª transmissão.
O boato não tem feedback. Nunca se consegue chegar junto da fonte que o originou. A fonte aparece com credibilidade, mas não se consegue identificar quem é.
Ingredientes para a formação de um boato
Matérias que gerem ansiedade propagam-se com maior rapidez.
Mecanismos psicológicos que ocorrem entre a informação que dá origem ao boato e ao boato propriamente dito
Nivelamento;
Estimulação;
Assimilação.
Nivelamento
À medida que o boato circula vai comportando cada vez menos palavras até atingir uma forma estereotipada em que permaneça inalterado.
Estimulação
Consiste na seleção de um número limitado de pormenores, escolhidos devido ao seu caráter insólito, e consiste, ao mesmo tempo, no exagero desses mesmos pormenores e na sua adaptação ao presente.
Assimilação
Apoia-se nas paixões de quem escuta, ou seja, apresentam-se as coisas como as pessoas estão habituadas a vê-las. A assimilação é feita através da lógica de cada um, dos preconceitos e interesses.
Essência do rumor
A essência do rumor ou do boato, consiste numa persuasão que nasce da própria atividade de transformação da notícia original feita em função das representações sociais.
Lei básica do boato de Allport
A quantidade de rumor varia segundo a importância do assunto, multiplicada pela ambiguidade do tema.
Desmentido
Para desmentir um boato, deve -se tentar chegar o mais perto possível da origem de forma a aí atuar com mais força. Se algo originou o boato, então existe uma razão para tal.
Ralph Rosnow
«O boato é uma espécie de hipótese, uma especulação que ajuda as pessoas a darem sentido a uma realidade caótica ou que lhes faculte um tênue sentimento de controlo sobre o mundo ameaçado.»
Kinnel
«Quanto mais às pessoas se assustam com um boato, mais o apregoam.»
|
Distorção da comunicação |
|||
|
Emissor |
(mensagem) |
|
Receptor |
|
Campo de referência |
|
|
Campo de referência |
|
Quadros de referência |
|
|
Quadros de referência |
|
Códigos |
|
|
Códigos |
|
Estereótipos |
|
|
Estereótipos |
Quem comunica está emocionalmente ligado à mensagem que está a emitir, pois faz parte do seu campo psicológico. Esta mensagem será tão mais eficaz quanto mais reforçar as opiniões e as atitudes do receptor.
O contrário também é verdade. Se o que o emissor ao transmitir uma mensagem que vai contra as opiniões e as atitudes do receptor, maior será a resistência à mensagem e menos eficaz ela será.
Atitude (definição da psicologia)
Atitude em psicologia é aquilo que está por detrás dos comportamentos (o que no dia-a-dia chamamos de atitude), ou seja, a opinião, as convicções em relação a determinado assunto.
Na distorção da comunicação a atitude influi da seguinte forma:
Na atitude, há sempre uma componente cognitiva (referente a ideias ou crenças), uma outra afetiva (referente a valores) e uma outra comportamental (referente à predisposição).
Fatores que podem distorcer uma mensagem
Estrutura e dinâmica de Grupos
Grupo
Conjunto limitado de indivíduos que interagem entre si, que se regem por normas e procuram atingir um objetivo comum.
O grupo tem capacidade de responder às necessidades dos indivíduos, mas um só grupo não satisfaz estas necessidades. Daí o indivíduo necessitar pertencer a vários.
Características de um Grupo
Nem todos os conjuntos de indivíduos podem ser designados por grupo. Para o serem necessitam de ter:
Traços que definem os grupos
Processo de socialização
Processo de aprendizagem gradual da vivência em sociedade e da interiozação de valores por ela inculcados, ou seja, as normas.
Por este processo, o homem torna-se membro da sociedade.
Indivíduos que tenham processos de socialização semelhantes tendem a entender-se com muito mais facilidade.
O Homem é simultaneamente sociável e socializável.
É o fenômeno da socialização que afeta e desenvolve a liberdade de ser de cada um, que permite que cada indivíduo se exprima como indivíduo num contexto social.
Interiorização da norma
O indivíduo cumpre a norma, mas pode ou não interiorizá-la. Há uma pressão social sobre ele para o cumprimento da norma.
A infração da norma pode ser importante no processo da sua interiorização.
Agrupamentos humanos que não são grupos
Categoria social
Não é um grupo. É um conjunto de indivíduos mais ou menos dispersos que têm características comuns reconhecidas pela sociedade. Ou seja, a categoria social é constituída por indivíduos que têm em comum uma ou mais características, mas que não estão em comunicação.
Agregados sociais
Pessoas que estão reunidas na mesma realidade física. Vasto conjunto indiferenciado de indivíduos que se encontram em proximidade, mas não se comunicam entre si (comunicação recíproca).
Multidão
Massa
Critério quantitativo de classificação dos grupos
Quanto maior é o grupo menor importância tem a sua dimensão. Genericamente, para um grupo menor maior é a dificuldade de integração de novos elementos.
Critérios qualitativos de classificação dos grupos
Grupos de contacto Direto e Indireto (entre os elementos do grupo)
Contacto direto: são muito mais ricos; os grupos pequenos tendem a ser de contacto direto.
Contacto indireto: menos ricos que os grupos de contacto indireto; característica comum dos grandes grupos.
Grupos Afetivos e Utilitários
Grupos Espontâneos e Artificiais (em relação ao momento da criação do grupo)
Espontâneos: grupos criados naturalmente. Não houve um planejamento para a formação do grupo.
Grupos Primários e Secundários
Características psicológicas dos grupos primários
Classificação dos grupos por K. Munné
Grupos Formais e Informais
Grupos Voluntários e Involuntários (ou de Adesão Forçada)
Grupos Abertos e Fechados
Abertos: maior facilidade no acesso de novos membros ao grupo.
Grupos Estáveis e Instáveis
O que os distingue é a duração do grupo, mas também é importante a força do vínculo grupal. Se for forte, o grupo tende a ser mais estável.
A própria duração do grupo, independentemente do vínculo, também distingue a estabilidade dos grupos.
Dinâmica de grupo
Quem pela primeira vez falou de dinâmica de grupo foi Kurt Lewin, psicólogo alemão, em 1944 num artigo sobre a «Teoria e a Prática».
O grupo é uma realidade dinâmica: pode haver alteração das normas, funções, etc.
Investigação/ação
Kurt Lewin diz que a investigação e a ação estão intimamente ligadas, em interação. A teoria tem de estar ao serviço da prática, mas a prática não pode estar desligada da teoria.
Quando se aplica na prática uma teoria estamos a melhorar essa teoria e a permitir melhor o seu conhecimento. A prática levanta novas questões teóricas.
É, sobretudo na dinâmica dos grupos que esta interação investigação/prática é muito importante, não podendo ser de outra forma.
A mudança e a resistência à mudança
Constitui um aspecto essencial na vida dos grupos. Existem situações em que a tendência é maior para a mudança e outros casos em que é para uma maior resistência à mudança.
Corrente Dinamista
Factores de Coesão (Festinger, Shacter)
Totalidade do campo de forças, tendo por efeito manter em conjunto os membros de um grupo e resistir às funções de desintegração.
Fatores de Coesão (Kelly e Thibanlo)
Atração global do grupo para todos os seus membros.
A coesão pode ser obtida por fatores extrínsecos, ou seja, anteriores à formação do grupo e fatores intrínsecos, ou seja, após a formação do grupo.
A proximidade constitui um forte fator da coesão (esta proximidade pode ser a nível cultural, geográfico, etc.).
Valores intrínsecos
Fatores de ordem sócio-afetiva
Ex: atrativo de um fim comum, de uma ação coletiva, de uma pertença a um grupo.
O desejo de comunicar é uma forma de fugir à ansiedade, logo por ordem afetiva entram num grupo.
A integração de pessoas pode ter a ver com a forma como elas elegem a amizade com vários membros já existentes no grupo.
O fato de os grupos não serem o fim, mas um meio para chegar a algo, faz com que as pessoas adiram a vários grupos, pois um grupo não satisfaz todas as necessidades.
O que é importante no grupo é que este dê sempre resposta às necessidades evolutivas do membro. A razão pela qual alguém entrar num grupo pode ao fim de um determinado tempo não ser a razão pela qual ainda está ligado a ele.
A aceitação e o reconhecimento só se faz se existirem mais do que um elemento. No caso do prestígio, só se torna evidente se os outros indivíduos reconhecerem o prestígio de outro elemento.
Fatores de ordem operativo-funcional
Distribuição e articulação de papeis. Tem a haver com as capacidades de cada um e com as aptidões do grupo.
Um grupo que tem atividades diferentes tem que ter em conta as capacidades e aptidões de cada elemento.
Comportamento do grupo
O grupo comporta-se como tal enquanto se mantém. A influência, quer em qualidade quer em intensidade, dos vários membros do grupo vai delinear a forma como o grupo se comporta.
A situação ideal é que todos os indivíduos desempenhem uma influência no grupo. Inclusive no âmbito do comportamento de grupo existe um fator importante: a Liderança.
Liderança
Um indivíduo pode mostrar grande capacidade num dado grupo e noutro não ter capacidade nenhuma de liderança.
Podem-se identificar duas formas de liderança:
Como os grupos são dinâmicos, o líder pode não liderar em determinadas circunstâncias.
Tipos de liderança
Autoritária: o líder decide sozinho - impõe tarefas, dirige e administra.
O mesmo líder pode em momentos diferentes optar pelo tipo de liderança que mais se adapta à situação em causa.
Redes de Comunicação
Comunicação nos grupos
As comunicações cimentam o grupo, pois é na medida em que há autêntica e profunda correspondência entre dos membros que o grupo pode viver e sobreviver.
Observa-se que as comunicações são geralmente detidas pelos líderes do grupo, que funcionam como filtros e nem sempre comunicam todo o conteúdo a toda a gente. Por outro lado,
Algumas notícias circulam no interior dos subgrupos, mas nem sempre atingem os membros isolados.
Para que a comunicação seja possível é necessário que esta circule em três sentidos:
Ascendente
Descendente
Horizontal
Comunicação formal e Comunicação informal
Em empresas e grupos formais pode-se verificar com rigor a forma de comunicação e a sua direção.
Uma rede de comunicação eficaz caracteriza-se essencialmente por favorecer a difusão da mensagem de modo a que ela possa chegar aos receptores, aos destinatários, com o máximo de exatidão e precisão.
No caso dos grupo informais não é possível identificar a direção da comunicação, pois esta é dominantemente informal. Da mesma forma, não é possível conhecer a sua estrutura, ou seja, quem comunica mais ou por quem passa mais informação. Se a comunicação depende da estrutura também contribui para a definição dessa mesma estrutura.
Dentro das empresas também existe comunicação informal, com mais frequências nos casos em que os canais de comunicação formais não funcionam.
Um canal de comunicação quando funciona tem tendência a ser mais utilizado e com novas funções para que não foi preparado. Corre, assim, o risco de se saturar, pois deixa de ter capacidade para gerir toda a informação.
2º Semestre
Processos Cognitivos
Atenção
Atenção: captação e manutenção da atenção
- Psicologia da Comunicação - 12
A atenção pode ser captada involuntariamente, quando, por exemplo, ouvimos um estrondo que não pertence ao habitual barulho.
Pode ser captada, também, voluntariamente, por exemplo, para a leitura.
A atenção é um processo altamente seletivo. O indivíduo está a ser continuamente sujeito a uma corrente de estímulos que mudam sem cessão, mas atenta para um número relativamente pequeno desses estímulos.
Atenção: ênfase que um estímulo ou conjunto de estímulos adquirem relativamente a todos os outros.
É possível manipular estímulos, organizá-los, de forma a captarem melhor a atenção, do que outra organização permitiria.
Atenção ou Consciência Marginal
São zonas do campo da atenção que são menos claras ou vivas (auditiva, visual ou sinestésico).
Atenção Primária
Atenção sem esforço ou involuntária.
Atenção Primária Derivada
Estímulo a que damos atenção sem dar por isso, por ser habitual.
Atenção Secundária
Atenção voluntária e ativa.
Atender
Responder preferencialmente a um estímulo.
Liga a atenção a outros processos cognitivos.
Atenção e Percepção
A atenção faz parte do estudo da percepção. O primeiro momento da percepção é a atenção. A atenção em psicologia refere-se à seletividade dos processos perceptivos.
Só damos atenção àquilo que percepcionamos.
Porque é que determinado estímulo toma ênfase num conjunto de estímulos?
Tem a haver com a forma como os estímulos estão organizados.
são variáveis manipuláveis.
Intensidade
As estruturas de estímulo podem ser dispostas de tal maneira que uma característica do estímulo sobressaia. Estímulos são intensos quando comparados com outros.
Contraste
Um estímulo que contraste com o fundo tem tendência a despertar mais a atenção.
Movimento
Um estímulo em movimento capta mais a atenção do que se esse estímulo estiver parado.
São variáveis que não se podem alterar facilmente.
Captar a atenção de alguém para o que ela já está motivada é muito difícil.
Umas pessoas tem tendência a dar atenção a algo que não conhece.
Para saber se estamos a apresentar uma novidade precisamos conhecer a forma como o público reage a esse estímulo.
Preparação perceptiva
A tendência que o organismo tem para prestar atenção a certas características de uma estrutura de estímulos, de acordo com os interesses pessoais.
As variáveis motivacionais e de aprendizagem dependem fortemente dos estímulos para que cada indivíduo está estimulado e também de acordo com a sua vivência.
Memória
Memória, Aprendizagem e Esquecimento
Aprendizagem e memória são processos complementares, um e outro imprescindíveis na aquisição de condutas. Não se pode conservar nem evocar o que não se tenha adquirido, como também não se pode falar em aquisições, se o que se adquiriu não perdura no tempo.
Esquecimento diz respeito às coisas que aprendemos, mas que não conseguimos recordar. O esquecimento tem uma função seletiva pela qual o psiquismo faz a depuração de todas as experiências e materiais que não interessam ao estilo de vida do sujeito e à construção do presente.
Teoria do desuso
A teoria do desuso diz que certas coisas que não são treinadas/ /usadas são mais facilmente esquecidas. Esta teoria não se aplica às habilidades (conduzir, andar de bicicleta, etc.).
|
Recordações |
|
Memória |
Aprendizagem |
|
|
|
|
|
Esquecimento |
|
Reaprender
Só podemos falar em reaprender porque existe memória. A reaprendizagem é mais fácil que a aprendizagem, pois no inconsciente estão memorizadas as informação que não conseguimos lembrar.
Memória e aprendizagem
A presença de uma necessidade e a existência de um obstáculo são condições indispensáveis para desencadear uma situação de aprendizagem.
Consoante o caso, a aprendizagem pode ter mais sucesso se for distribuída ao longo de um maior espaço de tempo, do que tudo de uma só vez.
Diferentes condições de aprendizagem levam a diferentes maneiras de memorizar e recordar.
Inibição retroativa
|
B |
|
|
|
|
Legenda: |
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
- A - aprendizagem de A |
|
Inibição pró-ativa |
|
|
- B - aprendizagem de B |
|
|
|
- A1 - recordação de A |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
B
A inibição da situação retroativa é maior que em pró -ativa, dado que entre o processo de aprendizagem de A e a sua recordação se interpôs uma outra aprendizagem.
No caso da inibição retroativa, quanto maior for à semelhança entre A e B, mais será difícil recordar A, pois haverá maior possibilidade de confundir as duas situações.
Temos mais facilidade em recordar aquilo que aprendemos mais recentemente.
No caso dos mais idosos, passa-se o contrário: é-lhes mais fácil recordar fatos antigos.
Só aprendemos porque temos a capacidade de armazenar/reter informações.
Processos de Aprendizagem
Condicionamento clássico
O reflexo condicionado de tipo pavloviano ou clássico é um esquema de aprendizagem que se forma de maneira passiva e involuntária no que se refere ao sujeito da ação, pondo em evidência o poder dos estímulos e o seu jogo associativo, expresso na capacidade de um estímulo para se constituir como sinal, antecipação de um outro.
Condicionamento operante
O reflexo operante é assim designado por nele se realçar a iniciativa do sujeito. Este age para obter satisfação.
Ensaios e erros
O método de ensaios e erros corresponde a uma situação em que há mais que uma resposta possível, mas nem todas são reforçadas.
Insight ou Intuição
A intuição consiste no aparecimento brusco, repentino, da forma exata de resolver uma situação problemática.
Memória e Percepção
A percepção e a consciência vão entrar em linha de conta com os dados que estão na nossa memória. É em função dos conhecimentos que temos que vamos percepcionar o mundo de determinada forma.
Natureza da Memória
A memória pressupõe:
Codificação
Armazenamento
Recordação
Codificação
A codificação (estratégias de memorização) vai permitir a maior ou menor facilidade de se recordar determinada informação.
Recordação
Existem duas formas de recordação:
A livre recordação obriga a recolher a informação da memória.
Fatores de aprendizagem
A aprendizagem depende de múltiplos fatores, alguns dos quais derivam do contexto da aprendizagem, do modo como está organizada e outras das diferenças individuais entre os sujeitos.
Método
O método de memorização é algo muito importante para depois da aprendizagem ser mais fácil recordar.
A recordação é uma medida de memória, assim como o esquecimento, e avalia o método de memorização. É a proporção
entre estas duas medidas que dará o grau de aprendizagem de um indivíduo.
Sistemas de Memória (Atkinson e Shiffrin)
Memória sensorial - 1 segundo
Não há interpretação (percepção) das sensações. Os órgãos sensoriais apenas são impressionados.
Memória a curto prazo - 15 segundos
É necessário que fiquem retidas informações da memória sensorial.
Memória remota
É a única informação que fica armazenada.
Qualquer informação retida na memória remota tem que passar pelas outras memórias. A percepção (ou consciência das coisas) requer sempre uma relação/comparação entre o presente e o passado. A forma como se interpreta o presente está condicionada pelo nosso passado.
Percepção Percepção - Linda Davidoff
as outras.
Linda Davidoff Introdução à Psicologia McGraw-Hill
Entre o estímulo e aquilo que vai ser percepcionado existe um conjunto de fatores que condicionam o nível de percepção, como sejam:
|
|
|
|
|||||||
|
|
|
||||||||
|
|
|
||||||||
|
|
|
||||||||
|
|
|
|
|
||||||
|
|
|
|
|||||||
Estímulo Filtros (fatores próximo condicionantes) Estímulo |
|
|
|
|||||||
|
|
|
|
|||||||
Percepção
A percepção não é um espelho da realidade, devido não aos fatores já referidos, mas Determinado também às pela condicionante filtragem dos nossos órgãos sensoriais. Na realidade existem estímulos que
não são acessíveis a todos, ou não são acessíveis de igual modo para todos.
Por outro lado, por vezes podemos percepcionar algo numa determinada realidade que não está presente, quer seja por cansaço, efeitos de drogas, expectativa, motivações e experiências anteriores. São também estes fatores que dependem as percepções humanas.
Há uma natureza criativa da percepção. Se a percepção é condicionada pelos fatores atrás referidos, a imagem percepcionada revela uma grande individualidade.
A processos de socialização semelhantes correspondem percepções semelhantes, o que não deixa de tirar a individualidade da percepção.
Em diferentes estados emocionais, a mesma pessoa pode ter percepções diferentes.
Chaplin
«A característica principal da percepção: de certa maneira organizamos automaticamente as características de formas complexas de estimulação. O modo de as organizar e de as dispor constitui o objeto da Psicologia da Percepção.»
Quando percepcionamos não o fazemos conscientemente.
Sensação
Linda Davidoff
Percepção
«A percepção define-se como o processo de organizar e de interpretar dados sensoriais recebidos (sensações) para desenvolvermos a consciência do ambiente que nos cerca e de nós mesmos.»
A percepção implica interpretação, a sensação não.
Recepção do estímulo
Atividade intermédia em que vão intervir um grande número de variáveis.
Percepção
Implica sempre a interpretação.
Sensação
Mera recepção dos sinais externos.
Gestaltistas
Estudaram o processo cognitivo da percepção. Este movimento surge em paralelo com o movimento Behaviorista. Têm apenas em comum a sua oposição ao movimento Estruturalista.
3 Postulados do Gestaltismo
No momento em que percepcionamos algo, vemos o todo e não os elementos constituintes.
Uma melodia pode mudar de timbre ou de tom, mas isso não altera a nossa percepção da melodia.
Organizamos também de acordo com aquilo que conhecemos.
5 Princípios subjacentes à boa organização perceptiva
A distância entre os objetos no campo estimulatório determina a organização perceptiva.
Neste exemplo, num primeiro momento percepcionamos três grupos de cruzes.
Estímulos semelhantes são agrupados e percebidos de acordo com o agrupamento por semelhança.
Quanto maior a semelhança entre os estímulos, maior a probabilidade de serem percebidos como um grupo comum.
A familiaridade com determinados objetos influi no processo perceptivo.
RUADOALECRIM Quem não esteja familiarizado com o português não poderá entender aquilo que está escrito neste exemplo.
Estímulos semelhantes quando integrados num todo constituído de boa configuração são percebidos de acordo com a boa forma constituída.
|
Quando as partes integrantes de um todo são ligeiramente diferentes tendemos a assimilá-las ao todo, percebendo-as de maneira uniforme.
Por outro lado, quando as partes não constituem um todo a tendência perceptiva é no sentido de contrastá-las com o fundo.
Uma cor cinzenta num fundo branco parecerá mais escrita do que inserida num fundo negro.
Percepção: aprendida ou inata?
A organização perceptiva e o sistema nervoso estão intimamente ligados.
Para os Gestaltistas a forma como fazemos a leitura pelo agrupamento e a nível da figura e do fundo, confirmam que a percepção é inata.
Os Behavioristas dizem que tudo isso resulta de um processo de aprendizagem.
A controvérsia entre estas duas correntes deixa de ter fundamento, pois que todo o comportamento humano resulta da interação entre o organismo e o meio ambiente, pelo que há que atender a uma função conjugada dos fatores inatos ou hereditários e dos fatores aprendidos ou adquiridos (Teoria Operatória).
Percepção visual
Na percepção visual entram os estímulos e as características do aparelho visual de cada um.
Existem órgãos sensoriais que não são tão desenvolvidos como outros. O órgão visual é dos que está mais desenvolvido, embora na fase da criança o que está mais desenvolvido é o ouvido.
No caso de um indivíduo estar a olhar para um quadro com uma paisagem, como vai ele distinguir a profundidade? Uma das formas de o fazer é através das cores, outra através do tamanho dos objetos, etc.
Ilusões perceptivas
Muitas vezes também somos enganados pelas nossas percepções. É caso da Lua parecer maior em determinadas ocasiões do que noutras, apesar de manter sempre a mesma distância da Terra (ilusões perceptivas).
As ilusões perceptivas não se devem a malformações dos mecanismos sensoriais. Diz-se que há uma ilusão sempre que há um desacordo entre o percepto e a realidade física.
No caso das ilusões pode-se aplicar uma das explicações da psicologia de Gestalt: um elemento percebido num contexto é diferente desse elemento isolado ou integrado noutro contexto.
Percepção visual a três dimensões
Se todas as imagem que projetamos numa superfície bidimensional como é possível excepcioná-las a três dimensões?
Variáveis de estímulo (indicações de profundidade)
A grandeza relativa de dois ou mais objetos fornece informação importante acerca da distância relativa aos seus espectadores.
O grau de convergência é proporcional ao afastamento dos espectadores.
O objeto que está escondido parece estar mais longe.4. A distribuição de luz e sombra
O contraste luz-sombra constitui um indício para a percepção da tridimensionalidade.
Quanto maior a claridade, maior a ideia de profundidade. 6. Os movimentos dos objetos
Quanto maior a velocidade, maior a ideia de proximidade de um objeto.
Os objetos do campo visual mostram, com a distância, uma mudança gradual de textura. Aparecem claros, detalhados e rudes quando próximos e menos distintos quando mais distantes.
O ponto onde localizamos um objeto no espaço é determinado pelas indicações de profundidade dos objetos adjacentes em comparação com os mais afastados.